segunda-feira, 4 de outubro de 2010

                                               Flor de cactus




Meu coração está seco,
como o pulmão do sertão
e se existe possível frescor,
guarde o sopro, quero não

A pedra, em seu alívio, respira,
quando nela não estas a pensar

E é tão antigo esse meu te querer,
como uma relíquia perdida no mar

Nele eu vejo os restos e as esperanças,
que nunca sonhei cultivar

Não presto mesmo para esses sonhos,
que você me faz desejar,
só faz arder os meus olhos,
quando penso que posso chorar

E esse deus o que quer de mim?
Com suas gasturas e perdões?
Diga a ele, tu que sabes meditar,

que não ando bem com esse corte no olhar 


Aniversário já faz os anos,
desde que eu cismei de te amar
e esse cismar dolorido,
que parece, não vai sarar.